terça-feira, março 15, 2005

Minuto

sete minutos de um poema
é tudo que posso esperar
um passou, era uma bala perdida
outro, mais rápido, um sonho

um desejo frustrado, enxotei
um telefonema, um relâmpago
vozes, ruídos..., espera! um caminhão
um pouco... passou

cigarro, copo, corpo, um papo furado
esvaziou
agendas, dias são um segundo
veio um amigo, estou trabalhando:
duas vias, um momento

isolado do tempo, vem um adjetivo fazer cócegas
rio caudalosamente, fluo como rio,
não queria essa velocidade, mas se revela
à revelia

Acabou..., segura...
passei a vida a esperar que se passassem os minutos
ou que eles não se passassem.


Paulo Baroukh 1986
pbaroukh@gmail.com