sete minutos de um poema
é tudo que posso esperar
um passou, era uma bala perdida
outro, mais rápido, um sonho
um desejo frustrado, enxotei
um telefonema, um relâmpago
vozes, ruídos..., espera! um caminhão
um pouco... passou
cigarro, copo, corpo, um papo furado
esvaziou
agendas, dias são um segundo
veio um amigo, estou trabalhando:
duas vias, um momento
isolado do tempo, vem um adjetivo fazer cócegas
rio caudalosamente, fluo como rio,
não queria essa velocidade, mas se revela
à revelia
Acabou..., segura...
passei a vida a esperar que se passassem os minutos
ou que eles não se passassem.
Paulo Baroukh 1986
pbaroukh@gmail.com