sexta-feira, março 18, 2005

Claridade:

Pela última vez, mistério
pela primeira vez, coragem
de novos e infinitos mistérios
gelando meu sangue menino
num torvelinho de teus beijos e carinhos
que se dados ou não dados
já não importa...
nenhum mortal se daria a tal entendimento

Se me fazes, então, imortal,
sinto forças
e travestido de chips
me esgueiro como um gato a procura de teu afagos,
sem bips, nem chats
que de tamanha frieza
nos tornaram de uma calidez solar,
numa luz amarela e quente, numa eterna busca,
tornando minha mente clara
e meu coração limpo

É então que um imã me atrai, distraido,
sem trair minha confiança
me pega pela mão e aceita o meu aceite em seu sim

Venta em minha vida o vento quente de uma paixão
e para de repente:
Entendo que é a última vez que escrevo em tua direção
sem te ver na minha frente.

Um pouco feliz e um pouco triste
te abraço, te beijo,
e já se esvai em tuas duras fantasias,
um salto ágil, para a suave realidade.

Te vejo, te quero, sorrio,
danço, rodo e rodopio, mas...
muito prazer.
E me despeço de como nunca te vi,
para te conhecer em tua plena graça
e desvendar teus mistérios.

Deixo que sejas o meu segredo,
e que esse rio, inevitável, flua,
explorando desde sempre seus limites
até alcançar sua verdade, aconteça o que acontecer.


Paulo Baroukh 1996
pbaroukh@gmail.com