Dois olhos negros
numa carreira desenfreada
passam por mim
para nunca mais
Seios duros
alvos como a manhã
Desejo fugaz e desespero
Nunca fui tão triste
por ser tão livre
tão feliz
Tenho sombras em sépia
com gosto de fumo e álcool
uma memória bastante clara que me engole
tão gasta quanto o presente:
Existe entre nós
um vidro tremendamente sujo
Paulo baroukh 1984
pbaroukh@gmail.com