quinta-feira, março 24, 2005

pra ninguém

Um mar de fantasmas de amores antigos
com ondas altas demais que aí vem!
E eu a pensar sempre
que soubesse nadar muito bem...

Afogo-me em ares de novos tempos
abrandados por pseudo-amores
e falsas promessas
nas quais sei bem navegar
num barco furado

Precisava agora do sol
do calor do teu corpo
lavrado pelo teu desejo...
ardente, al dente

Ah..., a aventura da conquista
do puro prazer da sedução
das minhas palavras mágicas
te atingindo em cheio a alma e o coração

Ser poesia é não ter ética por um momento
Nenhuma imagem é de ninguém
A inspiração não pertence ao verso
é apenas um vento que vai e vem

E passa, ou não,
deixando marcas, ou não, não importa...
Se a rima é pobre ou rica
não é da conta de ninguém

E por isso vou me permitindo
do fundo da pieguice da minha alma meio lusitana
estar sendo agora um poema
que nunca ninguém vai ler


Paulo Baroukh 2000
pbaroukh@gmail.com