(para meu filho, o Theo)
Titereteiro dos meus olhos,
os outros olhos, e eu devaneio.
Preciso cortar os fios
das hastes
de todos os meus músculos, ósculos
moluscos.
Voltas serão dadas, dívidas cobradas!
Através dos vidros-fio
dos mafagafos aflitos,
sanhaços ainda impúberes fiam,
deixando seus ninhos
sem saber voar.
A luz se faz embaçada
fixando com mil alfinetes
a imagem primeira-derradeira
dos teus olhos-amor sobreviventes.
Vivo então segundo essa transparência-lei
para apenas vislumbrar o que se segue:
Cada vez que te voltas
e não te reconheço,
me gasto mais um pouco
e volto a te buscar
nos abismos transbordantes
da minha primeira respiração.
Paulo Baroukh 2009
pbaroukh@gmail.com