Rodopiar de estrelas
Furacão
A bailarina dança
num céu de amoras
silvestrando a boca
dos olhos parados: ser
Olhos atentos para o desfecho
da obra da mente humana
Movimentoada
Mulher de toda mente
de todo corpo
Entranha no centro do mundo
um palco qualquer
Fundo, mais profundo
que a lingua inocente do primeiro beijo
trêmula ante o parto do primeiro poema
parafusa, confusa, rodopia
Minhas imagens começam a dizer
e a poesia não parou
Traduz toda a cor do mundo
toda angústia e amargura
que a poesia não pode mais
Flash
Chuva, noite, solidão
fantasmas amando
à luz da escuridão
de uma foto sobre a mesa
amarelando de dor
Flash
As noites do dia chocam-se
aos meus propósitos insanos:
Dar à luz a uma infinita paciência
Flash
Imortalizando e capturando
Flash!
Paulo Baroukh 1983
pbaroukh@gmail.com