sábado, outubro 16, 2004

Maraberto

Maraberto até o limite da baía de mato a mato,
imagens cinza-coloridas de suaves navios no sutil horizonte:
Aquele de meus olhos.
O sol foi passado pra trás.
A chuva cai em cristais de neve
e o vidrespelho translucida
uma imagem distorcida,
visão bela e torturante:
A praia cinza chuvosa.

Os tempos passam pela mente
sem que se possa distingui-los.
A memória auto-desligou-se.
Apenas sinto, minto, olho e sinto.

Cercado de mato
e mato,
um lado,
o outro,
em frente o mar
de cinzentos horizontes
e seresibilantessobre:
as ondas brancas apesar
do azulado prisma da chuva.
Atrás não sei,
não olho...

Sei que chove. não vejo. sinto semincor
o mar cinza-verde-reflexo do céu,
o mato, os montes verdes tornam-se negros
à medida em que o olho vai indo
em direção ao
F I M.


Paulo Baroukh 1982
pbaroukh@gmail.com